sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Solidão

Eu não espero falar neste post num tema lamechas e de difícil desenvolvimento, mas sim ir à procura da verdadeira Solidão. Afinal de contas o que é mesmo estar acompanhado?

Após algum tempo a pensar no assunto, na minha opinião nunca se chega a estar “acompanhado”. Se formos ao sentido etimológico da palavra, cum panis (o que partilha o pão), dá a ideia de uma convivência intima e profunda entre duas ou mais pessoas. Essa definição já não é utilizada, chegando a chamar companheiro ao “conhecido”. Companheiro de quarto, quando apenas se está no mesmo local de um outro humano.

Quando alguém se encontra com outras pessoas, diz-se que está “acompanhado”, isto é, convive e interage com o seu grupo. Imaginemos que um amigo é apresentado a um grupo e o que o apresentou vai-se embora. Nos pensamentos do que ficou com os “desconhecidos” pode-se encontrar as afirmações de que está “sozinho”.

Onde se encontra um elevado número de humanos num curto espaço é no planeta Terra, onde cada um se encontra “sozinho” mas acompanhado segundo o Planeta. O que quererá mesmo dizer acompanhado? Quando se acende a televisão e se encontra desconhecidos a falarem de outros desconhecidos, que passam pela nossa mente diariamente sem alguma vez interagirem connosco, mas que a nossa mente nos engana, dizendo que são importantes. Os media têm vindo a modificar a ideia de companheirismo, uma palavra criada por seres racionais. Mas será que os seres irracionais também a podem utilizar? Quando é que um gato se encontra acompanhado?

Aqui deixo estas ideias que espero aprofundar.



Um comentário:

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

Diz Camões que

"Amor .............................
...................................
É solitário andar por entre a gente
.................................."

Uma pessoa pode estar "isolada" e não ser "solitária" e pode estar "acompanhada" e ser "solitária. A solidão não é uma questão de número é uma questão da qualidade da relação.

A companhia ter muito a ver com a mesa. Quando os meus amigos se lembram de mim telefonam-me para irmos almoçar. Os mais arriscados, para irmos para os copos.

A verdade é que precisamos de amigos ... como de pão para a boca. Até os gatos precisam!